Postado em 12 de Junho de 2020 às 09h50

Pergentino e Lucy: 59 anos de um genuíno amor chapecoense

Cleiton Fossá Sentados lado a lado, em meio a sua sala de estar, com uma lareira ao fundo, móveis da década de 60, 70 e 80, e uma luz leve, com teor romântico e de fofura, Lucy e Pergentino Grando compartilham a sua...

Sentados lado a lado, em meio a sua sala de estar, com uma lareira ao fundo, móveis da década de 60, 70 e 80, e uma luz leve, com teor romântico e de fofura, Lucy e Pergentino Grando compartilham a sua história.

Uma caminhada longa, de sensatez, serenidade, TOLERÂNCIA, respeito e amor.

Juntos desde o começo da década de 60, viveram tantas coisas, que não cabe tudo em um texto, e não está somente na história, mas também nos registros espalhados pela casa, no doce cuidado ao sentar-se um do lado do outro, na memória e, principalmente, no coração.

“Nós nos encontramos em um baile, no Clube Recreativo Chapecoense”

Esse encontro foi dividido por um salão, afinal, mulheres sentavam-se de um lado, e os homens do outro. Era papel do “cavalheiro”, tirar a "dama" para dançar.

E foi nesse encontro e desencontro, no vai e vém de passos, que Lucy e Pergentino começaram a namorar. Namoro todo regrado, sempre às vistas da mãe e do pai de Lucy. “Era só de se encontrar, dar a mãozinha, uma coisinha assim, nada de muito achego”.

Os encontros eram na sala de casa, nos bailes da Sociedade Chapecoense, ou com uma irmã ou amiga junto, no cinema e na voltinha de carro. “Naquela época não tinha muitas baladas. A Chapecoense fazia muitos bailes, bailes de sociedade, coisa boa”.

Esse amor foi oficializado primeiro no pedido de namoro de Pergentino à mãe de Lucy. Uma ocasião única que selou o começo de uma história que hoje têm quase 60 anos. Uma história romântica, tradicional e com muito amor.

A tradição do Dia dos Namorados aqui no Brasil, começou a cerca de 10 anos antes da oficialização do namoro de Lucy e Pergentino. Os dois sempre muito antenados, ligados na voltagem máxima, desde o primeiro ano comemoram essa data.

Por incrível que pareça, se casaram exatamente seis dias antes do dia 12 de junho. “Era um dia frio, frio, como esse ano, mas mesmo assim, dia 06 de junho de 1963 nós nos casamos”.

Logo depois do casamento, receberam uma incrível notícia: Lucy estava grávida. Da felicidade intensa da primeira filha, ao desespero e a dor de vê-la morrer, assim que nasceu. Essa dor e angústia ainda ronda o casal. “Nós casamos, em dois anos fiquei grávida, mas a bebê nasceu morta.”

Mas a vida precisa seguir, e seguiu. Do ano do casamento pra cá, tiveram três filhos e três netos. Nesse mesmo período de tempo, de quase 60 anos juntos, comemoram todos os anos, o Dia dos Namorados e o Dia do Casamento. “Sempre comemoramos o Dia dos Namorados, dia de aniversário de casamento. Um jantar ou alguma coisa assim”.

Lucy é enfática ao lembrar dos muitos presentes que ganhou, dos mimos, das lembranças de viagem e, também da saudade que sentiu quando seu esposo viajou a trabalho. “Ficamos uns 20 dias um longe do outro, quando ele foi trabalhar em Portugal, foi o maior tempo que já ficamos separados”.

A separação necessária era para garantir o sustento da família e buscar um futuro promissor para os filhos.

Lucy desde o começo do casamento, ao contrário das outras mulheres da época, trabalhava. Professora que até hoje demonstra os trejeitos, o modo didático e sereno de ser de um educador, comenta que era uma novidade, o marido trabalhando, viajando e ela também.

Uma rotina intensa, de trabalho, educação dos filhos, crescimento da cidade, modernização das ações, atividades e relações. Superado tudo isso, Pergentino lembra com saudade da época de ouro, uma era muito diferente, de uma Chapecó, que já não existe mais.

“Quando eu vim para Chapecó, em 1957 só tinha calçamento. Hoje a cidade é muito grande, não só o centro. Nós conhecíamos todo mundo, agora a gente não conhece mais ninguém”.


Aos poucos a vida vai mudando, as estações passam, o sol dá espaço para a lua e a vida segue. Mas, com toda a certeza e clareza das palavras, o tempo jamais mudou uma coisa, o amor entre Lucy e Pergentino.

Para muito além de um casamento perfeito, de contos de fadas e dos bailes pomposos da época, o namoro e matrimônio destes dois personagens incríveis, teve altos e baixos, dias nebulosos, dias floridos, sempre um turbilhão.

O casal diz que é assim, com 59 anos de caminhada, de mãos dadas, não tem como tudo ser flores, mas o que é preciso é somente três coisas: “Tolerância, respeito e amor”.

No ciclo natural da vida, tudo nasce, cresce, vive e depois falece. Hoje, os dois sentados juntos na mesma sala, com as mãos dadas e um jeito sereno de ser, não conseguem imaginar a solidão. Lucy, que é muito mais falante, contundente, compartilha: “Eu não gosto nem de imaginar um dia ficar sozinha, imagino que ele também”.

Ele também, é claro, está nítido que os pombinhos, eternos namorados, seguirão em frente, nesta e na outra vida - (para aqueles que acreditam). O amor é um laço único, precioso e raro.

Lucy encontrou o seu namorado. Pergentino encontrou a sua namorada. Juntos são exemplos da preciosidade do amor, companheirismo e unidade.

A Deus, os dois rezam um pela saúde do outro. Aos filhos pedem para acreditar no amor e na vida. Aos netos, pequenos de uma nova era tecnológica, torcem por sua felicidade e alegria.

Aos namorados ou a você que está lendo esse texto, Lucy deixa uma mensagem.

“O amor ainda vale a pena!”.

Pergentino, com sorriso leve no canto da boca, concorda.

E no final, os dois dãos as mãos e selam a união.

Inspire-se nessa história. Inspire-se no amor. 

 

 

Assessoria de Comunicação Vereador Cleiton Fossá

  • Cleiton Fossá -

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