Chapecó - O projeto 68/15 que institui o programa municipal de Parcerias Público-Privadas em Chapecó vai à votação na Câmara de Vereadores. Sobre o assunto, é necessária algumas considerações sobre a proposta. Primeiro, na forma como está tramitando o projeto, ele autoriza a administração municipal a realizar concessões quando achar conveniente, sem nenhuma espécie de controle social, ou seja, sem passar por discussão e autorização da Câmara de Vereadores de Chapecó, como ocorre hoje. Se aprovada a proposta original, a prefeitura ganhará um 'cheque em branco', podendo terceirizar qualquer serviço público, inclusive, os essenciais à sociedade. O 68/15 não prevê parâmetros de controle social, nem limita os serviços públicos que podem ser repassados à iniciativa privada. Outro ponto perigoso do projeto é o artigo que cria um Conselho Gestor, formado pelo secretário de Coordenação de Governo e Gestão, pelo secretário de Fazenda e pelo contador-geral do município. Deste modo, a administração municipal terá todo o poder para definir as parcerias público-privadas a serem firmadas, sem discussão com a sociedade civil e sem aprovação da Câmara de Vereadores. É preciso lembrar que em Chapecó já existem exemplos de concessão de serviços públicos, como o transporte coletivo e a coleta de resíduos sólidos (lixo). Mesmo assim, isso não garantiu que esses serviços fossem prestados de forma satisfatória e com tarifas e taxas justas aos cidadãos. A Parcerias Público-Privadas de Chapecó, se aprovada, permitirá que o aeroporto, a rodoviária, o Centro de Eventos, a Arena Condá, Efapi, entre outros, possam ter seus serviços terceirizados. Isso abre a possibilidade de ser criada ou aumentada as tarifas dos serviços. E mais, o projeto estabelece garantias às empresas, com a criação do fundo garantidor. Neste caso, a prefeitura colocaria imóveis do município ou de suas entidades como patrimônio do Fundo caso as empresas tenham prejuízo! Entendo que as PPPs seriam boas iniciativas para buscar desenvolver regiões do município carentes de serviços e estruturas públicas, e não para repassar à iniciativa privada o que já está consolidado ou funcionando. Do jeito em que o 68/15 foi construído, fica evidente que visa meramente entregar o patrimônio de Chapecó a algumas pessoas ou empresas. O serviço prestado não vai melhorar e é grande a chance das tarifas serem elevadas. Esse projeto é um grande perigo.
Compartilhe!
Veja também
Encontro debaterá sistema de numeração em Chapecó28/Out/201328/10/13há 11 anos Segunda-feira, 28 de Outubro de 201328/10/2013Chapecó - Discutir o sistema de numeração das residências em Chapecó e a entrega de correspondências e mercadorias. Esse é o objetivo da reunião de trabalho que será realizada nesta quarta-feira (30), a partir das 14h, no plenário da Câmara de Vereadores de Chapecó. Propositor do encontro, o vereador Cleiton Fossá comenta que o marco referencial de numeração do município é de 1984 (Lei nº 2.568) e que, por isso, não......
Cleiton Fossá quer discutir áreas irregulares28/Jan/201628/01/16há 9 anos Quinta-feira, 28 de Janeiro de 201628/01/2016Chapecó - O vereador Cleiton Fossá protocolou na Câmara de Chapecó requerimento solicitando a realização de uma reunião de trabalho visando discutir a prestação de serviços públicos aos moradores pertencentes a áreas irregulares consolidadas. Conforme o......
Fossá propõe delegacia de homicídio com estrutura própria15/Jan/201415/01/14há 11 anos Quarta-feira, 15 de Janeiro de 201415/01/2014Chapecó - O crescente aumento da violência em Chapecó está provocando pânico na população chapecoense. Em 2013 foram 44 homicídios e mais quatro latrocínios (roubo seguido de morte). E 2014 iniciou com números alarmantes: nos primeiros 15 dias de janeiro já......