Postado em 10 de Maio de 2020 às 08h28

Inpire-se: Ser mãe é ser especial

Cleiton Fossá Força, coragem, determinação, muito amor e carinho são algumas palavras que descrevem as mulheres que receberam a missão de serem mães. A Marci Colto, chapecoense de...

Força, coragem, determinação, muito amor e carinho são algumas palavras que descrevem as mulheres que receberam a missão de serem mães.

A Marci Colto, chapecoense de coração, que leva consigo uma trajetória bonita, de muita luta, empoderamento, luz, coragem, mas também de dor e sofrimento, é exemplo disso.

Mãe do Felipe de 23 anos, e do Gabriel de 10 anos, supera a cada dia, obstáculos que jamais imaginou ter forças para enfrentar. O Felipe, hoje é pai. Já o Gabriel uma criança pra lá de especial, como ela mesmo diz: “é o meu eterno bebezão”.

Marci comenta isso, porque a sua história é bastante dolorosa. Primeiro porque perdeu a mãe cedo, aos 11 anos de idade, e toda a sua vida foi amparada no amor das irmãs. Mas sente todos os dias a falta da mãe.

Além disso, por não estar preparada para o turbilhão de vivências e emoções que passaria, depois do aniversário de dois anos do Gabriel. “Ele nasceu assim, aparentemente bem, com saúde, mas aos dois anos, ele teve a primeira convulsão”.

Da primeira convulsão, até hoje, foram incontáveis situações. Momentos de incertezas, desespero e de quase morte. O Gabriel sofre de uma síndrome rara de epilepsia, com poucas opções de medicamentos e também orientações médicas.

“Foi um processo demorado, ele entrava em ataque epilético, e eu sofria. Uma mãe ver um filho assim, é muito doloroso”.

Foi no dia a dia turbulento, que a Marci teve que aprender a lidar com as convulsões constantes e inesperadas do filho. Amparada pelo marido, precisaram confeccionar um capacete especial para evitar machucados e lesões no pequeno.

“Ele tinha muitas convulsões, não parava em pé. Por isso, estava sempre do lado dele, e sempre buscando ajuda, um tal medicamento que era o último recurso de melhoria.

Esse último recurso é resultado de um esgotamento árduo de exames, testes e pesquisas para conter as convulsões. As pesquisas se estenderam para além das paredes dos hospitais. Foi em um Grupo no Facebook, para mães de filhos com epilepsia, que Marci encontrou uma luz no fim do túnel.

“Entrei em um grupo de mães de epilepsia. Se alguma mãe usasse, poderia me ajudar, porque meu filho iria morrer, se eu não testasse. Não era uma certeza, era um caminho”.

O caminho doloroso para mãe, filho e toda a família foi percebido pela comunidade do bairro Efapi. Solidários, organizaram dois jantares beneficentes para arrecadar dinheiro e comprar a medicação.

Em meio a tentativa de arrecadação de dinheiro para a compra do remédio, Marci lutava contra outro fator, a liberação da Anvisa. Isso porque o remédio que o Gabriel precisava é a base de Canabidiol, ingrediente não psicoativo da planta de cannabis, popularmente conhecida como maconha.

Marci lutava contra várias frentes pela vida do seu filho: contra o relógio que insiste em correr rapidamente, a falta de recursos financeiros, o sucateamento do Sistema Público de Saúde e o julgamento das pessoas sobre a eficácia do remédio.

Crente e confiante em Deus, Marci seguiu em frente, arrecadou, conseguiu a liberação, importou a medicação, esperançosa e seguindo recomendações médicas, aplicou o remédio.

“Com fé e desconfiada, uma mistura de sentimento. Ou dá certo e ele vive, ou não sei o que a gente faz”.

Depois de algumas horas, o mundo mudou. O sorriso no rosto de Marci voltou a aparecer. O Gabriel passou a noite toda sem convulsão e o rumo da história dessa família foi outro, feliz e cheio de vida.

“Hoje ele brinca de bola, com cachorro, sem medo de cair no chão, se machucar, ou cortar o rosto. Segue com o tratamento de remédios, mas com uma vida normal”

Aos 41 anos, Marci se considera uma pessoa muito melhor, após se tornar uma mãe especial que deixou de lado serviço e vida social, para cuidar do seu filho. Gabriel é como qualquer outra criança, sofre, sente, chora e é feliz, mas depende dela para muitas coisas.

“A oportunidade de conviver com alguém que impacta a forma de ver o mundo, de modo especial, e a possibilidade de aprender a partir do olhar e da experiência do outro”

Para Marci, ser mãe é mais que uma função, tarefa ou sentimento, ser mãe é uma dádiva de Deus. “Ser mãe é uma dádiva de deus. São heranças do senhor, a gente como mãe nunca desiste”.

Toda a insistência de Marci, reflete ativamente na vida dos filhos. O Felipe, pouco citado por aqui, que já é pai, é amado pela mãe tão grandemente como o Gabriel. Claro que atenção dada a Gabriel é maior que ao Felipe. Contudo, isso jamais foi motivo de briga, estresse ou preocupação.

A Marci, sabe se dividir, sabe como lutar e segue sempre em frente. Nesse ritmo de amor, empatia e muita batalha, Marci comprova que ser mãe, é muito mais do que tudo que possa ser dito.

É possível apenas sentir. Sentir na sua grandiosidade, com muito amor, carinho e atenção.

Ser mãe é ser especial, afinal, ser mãe é ser geradora de vida, criadora de sonhos, e exemplo de inspiração.  

É essa inspiração que você deve levar para sua vida e que nós usamos para homenagear a todas mães chapecoenses. Mulheres de fibra, garra e ousadia.

Feliz dia, mamães.

Parabéns Marci por lutar, acreditar e viver pelo seu filho. Você é inspiração para todos nós.

 

 

Assessoria de Comunicação Vereador Cleiton Fossá

  • Cleiton Fossá -

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